Tantos
textos não terminados. Meus pensamentos me parecem imprescritíveis. Linhas soltas nos cadernos e blocos de notas
jogados pelas minhas bolsas e mochila, trechos de livros e canções perdidas nas
rádios vão traduzindo e transfigurando cada sensação. Não quero frases como
“asas para voar”, nem fingir que vejo “uma janela aberta” e um “céu azul” sobre
mim.
Mas sei, as
palavras se repetem, porque assim são os sentimentos que as traduzem:
repetidos. Sorrir com a alma não é exclusividade de hoje, assim como a lágrima
não se derramará só por agora. O amor sempre fará com que a gente se sinta
forte e bobo, ao mesmo tempo. E as decepções sempre nos farão pensar que nunca
confiaremos em alguém novamente.
Qualquer
pessoa sente, pelo menos por um segundo, que pode mudar o mundo, assim como
percebe que não. Mas podemos fazer algo que não nos faça sentir que estamos
perdendo tempo. E pra fazer isso, precisamos apenas de alguém. Ainda que pense
diferente, não há nada como ter alguém pra andar de mãos dadas com você. Não
precisamos fazer com que as pessoas acreditem que nunca aceitaremos ajuda porque
todos nós sabemos e sentimos que poucos são os momentos para ficarmos sozinhos.
Linhas
tortas na minha cabeça, sentimentos perdidos em meu coração. Caminhos revistos
a cada tropeço. E sua cabeça é sua cabeça, lugar onde ninguém entra se não
deixar. Ninguém aguenta de verdade nossos comentários ácidos e
impensados. E qualquer coisa que diga ou que faça, mesmo tendo sido apenas uma
vez, pode te definir para sempre. Assim é a vida de verdade: pisar em ovos.
Nada dura tanto quanto o hoje. O ódio não é por ontem,
é pelo o que você alimenta agora. É o que te diz quem você está e nada é
permanente. O que renovar durante as horas da noite é escolha. Há quanto tempo não terminava um
texto? Ainda me sinto como se tivesse uma mansão para arrumar. Sinto que preciso respirar. Mais!
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